Ser evangélico não é ser cristão

A declaração de Ricardo Gondim de que estava abandonando o Movimento Evangélico há alguns meses atrás, causou muita polêmica no meio religioso brasileiro, não somente entre os evangélicos, mas também entre os católicos e entre outros grupos. Li muitos artigos e comentários em diversos blogs. Muitos blogueiros evangélicos criticaram severamente o Gondim, afirmando categoricamente que o “Movimento Evangélico” não pode ser medido pelos líderes de caráter duvidoso que estão em alta em nossos dias, pois este movimento tem em sua brilhante história grandes e ilustres expositores e também não pode ser medido pelas heresias que campeiam soltas nos arraiais evangélicos, pois sua história é fundamentada em profunda base bíblica. Me pergunto, então, em que deve ser medido o atual movimento evangélico? Ao passo que comentaristas evangélicos criticaram a “retirada” de Ricardo Gondim, alguns católicos a elogiaram. Cheguei a ler em um blog católico a ingênua expressão: Espero profundamente que esse homem, tal qual o filho pródigo, retorne à Casa do Pai, onde a mãe Maria Santíssima o colocará em seu colo.

Bom, pessoal, deixando de lado a questão Gondim, que já deu muito “pano prá manga” e aproveitando apenas a filosofia que está por trás de todas estas reações e manifestações, afirmo: Ser evangélico não é ser cristão!”. Sim, definitivamente, ser evangélico não é ser cristão! Menos ainda ser católico é ser cristão E muito menos ainda ser espírita é ser cristão! Mas então o que é ser cristão? Ser cristão é, simplesmente, ser cristão!

Ficamos tão presos a termos e rótulos que o ser cristão ficou para segundo plano. Lembro-me de um rapaz que se converteu comigo no início da década de 1980 e, posteriormente, estudou grego e hebraico, se tornando um especialista em novo testamento. Na época, citando inúmeros termos teológicos como “Calvinista”, “pré-milenista”, “pré-tribulacionista” e outros mais,  ele afirmava que era obrigado a se denominar assim para que não o confundissem com os hereges. Mas será que somos mesmo obrigados nos autodenominar isso ou aquilo? Ainda que fossemos obrigados a nos rotular, o que garante que a essência do objeto rotulado permanece a mesma que era quando aceitamos este rótulo? E se não permanece somos obrigados a levar este rótulo? Lutero deixou a Igreja Católica Apostólica Romana, embora não desejasse isso, porque a mesma perdeu sua essência. Se os evangélicos justificam o ato de Lutero, porque criticam aqueles que fazem o mesmo em seu próprio meio?

Realmente ser cristão é outra coisa. Ser cristão é viver como Jesus Cristo viveu, ou pelo menos se esforçar, tanto quanto possível, para viver assim. Ser cristão começa com uma experiência de conversão. Trata-se de um encontro pessoal com o próprio Deus, em Espírito, que envolve profundo arrependimento de seu passado de pecados e a firme decisão de viver doravante de forma a agradar a Deus em tudo, entendendo e crendo que Deus entregou Seu Filho à morte para nos salvar e que isto é a maior expressão do amor de Deus por cada um de nós.  Ser cristão, etimologicamente falando, é ser um pequeno Cristo, uma miniatura, uma cópia de Seu Senhor. Ser cristão é tomar cada dia a sua cruz e seguir as pisadas de Jesus.

Ser cristão é não quebrar as leis do amor de Deus para se conseguir vantagens financeiras ou de prestígio pessoal ou religioso. Ser cristão é não se medir em termos teológicos, é não se esconder atrás de rótulos ou cargos eclesiásticos, mas sim se medir em Espírito e Verdade diante Daquele que julgará os vivos e os mortos. Ser cristão não é julgar o próximo por sua aparência, mas sim segundo a reta justiça de Deus. Ser cristão é mostrar a mesma misericórdia que Jesus mostrou por cada um de nós. Ser cristão é não valorizar tanto a religiosidade, mas dedicar-se ao verdadeiro amor de Deus que ultrapassa todas as barreiras e atinge com êxito o seu objetivo, levando dignidade, respeito e bem-estar espiritual, material e físico ao próximo.

Ser cristão está muito mais distante e muito acima de ser apenas um católico ou um evangélico ou qualquer outro religioso. Ser cristão é amar como Jesus amou!

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. ” (Mateus 5:20)

D.S.

11 thoughts on “Ser evangélico não é ser cristão

  1. Eu vim aqui compartilhar com vocês, uma ideia fera que desenvolveram. Um site para declarar a nossa Fé em JESUS por todo o mundo!!!!!!!

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    “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.”
    Mateus 10:32

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  2. Excelente texto!!
    Existem muitos por aí que, mesmo dizendo-se cristãos, preocupam-se mais com sua imagem perante os “colegas” de fé do que com suas ações cotidianas! Dão ouvidos aos “falsos profetas” que passam mais tempo justificando a necessidade do dízimo do que ensinando a palavra de Deus.
    Ser cristão é aprender a depurar a alma, a purificação do corpo e da mente, e perseguir a sabedoria e a clemência que Cristo alcançou.
    Resumindo: cada Cristão deve buscar, dia a dia, cristificar-se, chegar mais próximo ao exemplo de vida que é Jesus…
    De fato a Igreja Católica, a Igreja Evangélica, a Doutrina Espírita, e meu querido Santo Daime são apenas caminhos para o mesmo Éden perdido: a volta à pátria amada, junto Deus e seu filho, nosso Irmão Jesus, em eterna Graça!
    Lá chegando… não importa patavinas qual o caminho que foi trilhado!!
    Desde, claro, que seja um caminho com coração.

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    • Querido Caio, não vejo muitos caminhos, aliás só vejo um: Jesus. Talvez exatamente por terem se oferecido vários “caminhos” em nossa era é que as pessoas erram tanto.

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    • Pois é meu amigo, em outras palavras é isso que estou afirmando! Os evangélicos precisam voltar ao evangelho de Jesus, principalmente ao de Mateus! Quando o trivial deixa de ser praticado, precisa ser lembrado! Não foi isso que Lutero fez fixando 95 teses “triviais” na entrada do templo?
      Um abraço

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  3. Fala Daril, Paz do Senhor!!!
    “Pra variar”, concordo plenamente contigo…
    Que Deus continue lhe dando discernimento e oportunidade de expor palavras como esta, que na verdade, não são defesa de tese, e sim, uma chamada a refletir e principalmente, a “examinarmos a nós mesmos”…

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