Infidelidade


Aviso: Somente os corajosos conseguirão ler este texto até o final!

A palavra “Infidelidade” está em desuso em nosso país. Parece que as pessoas evitam-na ou, o que é mais provável, está perdendo o sentido. Creio que, se a tendência continuar, há uma grande possibilidade de que, nas próximas décadas, “Infidelidade” se torne uma palavra estranha às massas populares, tornando-se um termo que, quando surgir em um texto, exigirá uma consulta ao dicionário. Por outro lado “Infidelidade” enquanto prática humana nunca foi tão popular como é em nossos dias. Certamente a segunda constatação explica a primeira: Por vivermos em uma geração onde a infidelidade é uma prática tão comum nas diversas áreas do relacionamento humano e em todas as classes da sociedade, a palavra “Infidelidade” é evitada e seu sentido filosófico e humano se enfraquece diariamente.

O que é infidelidade? Qual o seu significado?
Segundo o dicionário, infidelidade é traição, quebra de pacto. É desrespeito, deslealdade. É falta de verdade e de exatidão. É abuso de confiança.

Quais as expressões relacionadas à infidelidade usadas hoje em dia?                        Os termos ainda ouvidos hoje em dia são: “infidelidade contratual”, “infidelidade de sócios”, “infidelidade empresarial”, “infidelidade religiosa”, “infidelidade partidária” (este termo é bastante comum), “infidelidade feminina” (usado esporadicamente) e “infidelidade conjugal” (rarissimamente é usado).

Toda infidelidade é traição, é quebra de pacto, é desleal e, portanto, pode ser considerada e tratada da mesma forma, no entanto, parece-me justo graduar ou medir o caráter maldoso da infidelidade pela intensidade e importância do pacto que foi por ela quebrado. Explico com três pequenos exemplos:
Exemplo 1. – Dois assaltantes combinam repartir igualitariamente o produto de um grande assalto, no entanto, após o assalto ser bem sucedido, um deles engana o companheiro e lhe repassa apenas ¼ do valor obtido com o roubo;

Exemplo 2. – Dois amigos fazem um “acordo de cavalheiros” para comprar um bem material de uso comum, financiado em 24 meses, sendo que as mensalidades deverão ser pagas pelos dois igualitariamente. Após quatro meses um dos amigos deixa de cumprir com sua cota nas mensalidades, sem dar satisfação ao seu amigo. O outro não tem como pagar sozinho as mensalidades e acaba perdendo o bem adquirido e tendo o seu nome protestado;
Exemplo 3. – Após o naufrágio de um barco, dois sobreviventes ficam em uma ilha deserta e fazem um pacto de vida de se defenderem e se protegerem mutuamente, bem como dividir todos os alimentos captados. Trata-se um pacto de vida, pois sem o outro não há como se sobreviver em um lugar inóspito e selvagem. No entanto ao se depararem com um grande animal selvagem um dos companheiros foge covardemente, mesmo vendo que seu amigo caiu e está à mercê do predador.
Nos três exemplos acima deve ter havido motivação para a infidelidade. A motivação é subjetiva e de forma alguma justifica o ato da traição, pois o pacto é objetivo e não subjetivo. Sempre há motivação para a infidelidade, mas a intensidade do pacto pode graduar a gravidade de sua quebra.
No primeiro exemplo a parte infiel fez com que o companheiro de assalto recebesse muito menos do que tinha sido acordado e do que “tinha direito”;
No segundo exemplo a parte infiel causou para o amigo um prejuízo financeiro, desilusão de ter seu sonho concretizado e problemas com o Serviço de Proteção ao Crédito;
No terceiro exemplo a parte infiel fez com que seu amigo morresse totalmente indefeso nas garras de um predador.
Bom… Acho que está explicado o que eu chamo de princípio da intensidade do pacto. Quanto mais o pacto entre as partes for vital, quanto mais o fator vida estiver envolvido no pacto, mais grave será a quebra do mesmo pela infidelidade.
Em seguida poderíamos falar de vários tipos de infidelidade, mas para que o texto tenha o melhor peso para os leitores, trataremos, em poucas linhas, da quebra de um dos mais intensos, senão o mais intenso, dos pactos entre duas pessoas, o casamento. Refiro-me à infidelidade conjugal.
Por quê o casamento é um dos pactos mais intensos e vitais que existe?
Por várias razões. Eis algumas delas:
1) Porque ele é um acordo íntimo de união vital. O casamento é um pacto, cujos termos são extremos: “na saúde e na doença”, “na alegria e na tristeza” e cuja abrangência temporal é vitalícia: “até que a morte os separe”;
2) Porque ele é um depositário de total confiança de ambas as partes;
3) Porque nele são depositados todos os sonhos e o projeto de uma vida;
4) Porque ele é a base para a edificação da família, a célula Mater da sociedade;
5) Se não bastar os argumentos humanos e lógicos acima, o casamento é a primeira instituição sagrada da humanidade: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gênesis 2:24)

Todos estes pontos, dentre outros mais, nos trazem, em uma época de banalização do casamento, o profundo valor do pacto matrimonial. Quando alguém honesto, mentalmente bem ajustado e, portanto, digno de confiança se casa, está entrando em um pacto extremamente vital, isto é, de vida ou morte, no qual poderá depositar total confiança como um paraquedista confia em seu paraquedas. Toda esta segurança, além dos direitos e das obrigações, é também válida, na mesma proporção, para o seu cônjuge.

Por quê existe a infidelidade conjugal?
Como vimos acima existem e sempre existirão motivações para a infidelidade, no entanto motivação não é a resposta para esta pergunta.
Há poucos anos atrás foi publicado um estudo na revista “Social Psychology Quarterly” indicando que os homens que traem tendem a ter um quociente de inteligência (QI) mais baixo do que aqueles que são fiéis. Satoshi Kanazawa, autor do estudo e especialista em psicologia evolutiva da London School of Economics and Political Science explica que os “homens mais inteligentes estão mais propensos a valorizar a exclusividade sexual do que homens menos inteligentes”.
Segundo o estudo de Satoshi Kanazawa infidelidade é sinônimo de Q.I. baixo, no entanto não creio que a reposta para a infidelidade seja a burrice, a não ser naqueles casos em que a burrice impeça que o indivíduo contorne as situações de risco que facilitam a infidelidade.
Eu creio que a infidelidade é fruto do desamor, aliás, melhor fica dizer que a infidelidade é fruto da incapacidade de amar. Quando, por exemplo, um homem se entrega à infidelidade conjugal a maior razão para isso é sua incapacidade de amar a esposa. Agora, um dado certamente novo para muitos sobre a infidelidade: O homem que é incapaz de amar sua esposa é também incapaz de amar qualquer mulher. Quem ama não trai. E quem trai uma mulher, trairá todas porque não sabe amar. Será que o fato de se não saber amar verdadeiramente é sinal de Q.I. baixo? Acho mais seguro dizer que o fato de se não saber amar é sinal de uma vida extremamente egoísta e totalmente entregue às paixões carnais. O amor é mais do que apenas sexo. Conforme  1 Corinthios 13: 4 a 8, o amor é sofredor, é paciente, é benigno; o amor não é leviano; o amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; o amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade; o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.
Se o apóstolo Paulo diz que o amor nunca falha, podemos concluir que o infiel nunca amou de verdade!

A Bíblia diz algo sobre o adultério?

Sim, a Bíblia, o “Livro de Deus”, o “Manual do Fabricante”, diz muito sobre o adultério, mas selecionei só alguns textos que, apesar de serem muito interessantes são pouco conhecidos das pessoas em geral.

1) A Bíblia também afirma que o adúltero tem um Q.I. deficiente: “Assim, o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que faz isso destrói a sua alma.” (Provérbios 6:32);
2) O adultério traz maldição a terra, destruindo o meio ambiente: “A terra está cheia de adúlteros, e por causa disso a terra chora e as pastagens do deserto estão secas. Seu modo de vida é perverso e o seu poder é ilegítimo.” (Jeremias 23:10);
3) O adúltero é comparado ao homicida e ao ladrão: “De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado, e de noite é como o ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; e oculta o rosto, Nas trevas minam as casas, que de dia se marcaram; não conhecem a luz.” (Jó 24:14-16).
4) A mesma Lei espiritual que proíbe o assassinado, proíbe também o adultério, pois são crimes, ou pecados, do mesmo nível de gravidade: “Não matarás. Não adulterarás.” (Deuteronômio 5:17-18);                                                                     5) A pena para os assassinos é, na Lei de Deus, a mesma para os adúlteros, a morte: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.” (Levítico 20:10);                                                                                                      6) O próprio Deus torna-se testemunha da parte enganada: “E vocês ainda perguntam: ‘Por quê?’ É porque o Senhor é testemunha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial.” (Malaquias 2:14).

Concluindo, a infidelidade conjugal é um dos atos mais desprezíveis e covardes que um ser humano pode cometer. Comparado no Antigo Testamento ao assassinato, o adultério era considerado fruto de um caráter totalmente reprovável. Verdadeiramente o adúltero rompe com um contrato de vida que firmou com seu cônjuge perante os céus, ficando assim réu eterno da Justiça Divina.
Só há uma forma de se livrar do peso da culpa pelo adultério. Trata-se de uma forma simples, mas que requer inteireza de coração:

1) Arrependimento:

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (Atos 3:19)

“Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.” (Lucas :32)

“Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Romanos 2:4)

2) Confissão do pecado:

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1 João 1:8-9)

“Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.” (Romanos 10:10)

3) Deixar totalmente a prática do pecado:

“Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (João 5:14)

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8)

“Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria” (Colossenses 3:5)

4) Iniciar uma nova vida com a ajuda constante do Espírito Santo de Deus:

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Efésios 5:18)

Jesus, o único caminho para o perdão dos pecados:

“E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” (1 João 2:2)

“Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Romanos 3:25)

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

D.S.

2 thoughts on “Infidelidade

  1. Pingback: REFLEXOES SEMANAIS – Infidelidade – 05 de janeiro de 2.013 |

  2. Uma vez que descubra as razões do desvio, pode começar a tratar do assunto. É muito provável que o seu cônjuge esteja consciente da sua infidelidade, e será necessário que os dois falem abertamente sobre o que não está a funcionar bem no casamento. Se quiser encontrar uma solução para os problemas, é imprescindível existir um desejo sincero de mudança de comportamento e de procura de um entendimento, e se o seu cônjuge também reconhecer que talvez tenha contribuído para a situação com as suas próprias falhas, e quiser mudar o seu comportamento, então há uma possibilidade real de o casamento recuperar.

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